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Tendinite Patelar

DR._MAURICIO_IAMAGUCHI CRM 116.096        +Currículo Completo

Formado pela Faculdade de Medicina da USP, Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Internacional de Artroscopia, cirurgia do joelho e Medicina Esportiva

Anatomia


Os tendões do joelho prendem os músculos aos ossos. O tendão patelar (ligamento patelar ou ligamento da patela) conecta a parte inferior da patela (rótula) para a parte superior da tíbia. É realmente um ligamento que se conecta a dois ossos diferentes, a patela e a tíbia.

A patela é anexado aos músculos do quadríceps pelo tendão do quadríceps. Trabalhando juntos, os músculos do quadríceps, tendão do quadríceps e o tendão patelar estendem o joelho.

Tendinite Patelar é mais comum em pessoas que participam de atividades com corrida ou saltos/pulos. Embora seja mais comum em corredores, é por vezes referido como "joelho do saltador."

 

Tendinite Patelar Inflamação do tendão patelar, chamada tendinite patelar, enfraquece o tendão. Também pode causar pequenas lesões microscópicas no tendão.

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Acredita-se que a patologia do tendão patelar seja causada por esforços repetitivo sobre o tendão patelar durante o salto, mas principalmente durante a desaceleração, quando o atleta retorna ao solo. É uma lesão muito comum para atletas, principalmente aqueles que participam de esportes envolvidos na desaceleração, como vôlei, basquete, handebol, corrida de rua e futebol.

 

Fatores predisponentes incluem maior peso corporal, genu varo e geno valgo, um ângulo Q do joelho aumentado, patela alta, diferença no comprimento do membro, encurtamento das cadeias musculares, principalmente da posterior (isquiotibiais), desequilíbrio muscular e alteração do tipo de pisada.

Fatores ligados ao treino incluem falta de preparo físico direcionado ao esporte, técnica inadequada e aumento importante da intensidade e frequência da prática do esporte (Overtraining).

Nos esportes que envolvem as articulações dos membros inferiores, o joelho é a principal articulação envolvida na absorção e transmissão da energia cinética gerada pelo contato do pé ao solo e transmissão do movimento aos demais seguimentos do corpo. Isto se deve a dois mecanismos básicos: a chamada contração muscular excêntrica, em que a fibra muscular contrai e é alongada, resistindo ao movimento sob tensão, e a concêntrica.

 

Em uma corrida, por exemplo, a força de reação ao solo, que chega a ser quatro vezes o peso do indivíduo é absorvida pela flexão do joelho, entre 20 e 60 graus, e pela resistência do quadríceps, ou músculo anterior da coxa, e o restante é dissipado pelo quadril e coluna vertebral. A doença ocorre da perda deste equilíbrio. De uma certa maneira, o quadríceps deixaria de absorver toda a energia cinética e o tendão patelar, sobrecarregado, sofreria micro-ruptura e degeneração em sua região de inserção na patela.

Outros fatores que podem estar associados a lesão do tendão patelar:

 

Cirurgias prévias
Injeções de corticóide para tratar a tendinite patelar normalmente são evitados. Injeções em torno deste tendão têm sido associados à fraqueza do tendão aumentada e aumento da probabilidade de ruptura do tendão.

Doença crônica.

Tendões enfraquecidos também podem ter como causa doenças que interrompem o abastecimento de sangue. Doenças crônicas que podem enfraquecer o tendão incluem:

• Insuficiência renal crônica
• Hiper betalipoproteinemia
• Artrite reumatóide
• lupus eritematoso sistêmico (LES)
• Diabetes melitus
• Infecção
• Doença metabólica

 

Uso de cortico-esteróides. Medicamentos como corticóides e esteróides anabólicos tem sido associada ao aumento de massa muscular e fraqueza do tendão.
 

Quais são os sintomas?

Os pacientes referem dor na região anterior do joelho, que muitas vezes piora após as atividades físicas que provocam a patologia. Normalmente, o envolvimento é infrapatelar ou perto do polo inferior da patela (parte de baixo da patela). Dependendo da duração dos sintomas, a tendinite patelar pode ser classificada em 1 de 4 fases:

Fase 1 – Dor apenas após a atividade, sem prejuízo funcional.
Fase 2 – Dor durante e após a atividade, embora o paciente ainda é capaz de executar satisfatoriamente em seu esporte.
Fase 3 – Prolongada durante e após a atividade, com a dificuldade crescente na realização de um nível satisfatório.
Fase 4 – Ruptura completa do tendão exigindo reparação cirúrgica.

O exame físico pode revelar os seguintes achados:

- Ponto de dor no polo inferior da patela, o polo superior da patela, ou tuberosidade tibial;
- Encurtamento dos Isquiotibiais e quadríceps;
- Estabilidade ligamentar normal do joelho;
- Derrame intra-articular do joelho (raro).

 

Exames de imagem
A Ultrassonografia e ressonância magnética são altamente sensíveis para a detecção de anomalias do tendão em ambos os atletas sintomáticos e assintomáticos. Portanto, um número significativo de resultados falso-positivos pode ocorrer se o médico não realizar a correlação clínico-radiográfica. As radiografias também são de extrema importância já que podem nos fornecer com clareza se houve ossificação do polo inferior da patela ou se existem anormalidades ósseas na patela, que podem estar associadas à sobrecarga do tendão patelar.

Tratamento

Na fase aguda, impreterivelmente, institui-se os programas de reabilitação, incluindo:

- Modificação ou Adaptação de Atividade, que seria diminuir as atividades que aumentam a pressão femoropatelar (por exemplo, pular, agachar).

- Para os atletas, um programa específico e individualizado com o auxílio do preparador físico.

- Crioterapia, que seria aplicar gelo por 20-30 minutos, 4-6 vezes por dia, especialmente após a atividade.

- Melhora do alongamento, incluindo (1) os flexores do quadril e joelho (isquiotibiais, gastrocnêmio, iliopsoas, reto femoral, adutores), (2), extensores de quadril e joelho (quadríceps, glúteos), (3) da banda iliotibial, e (4) o retináculo patelar.

- Reforço muscular, fortalecendo usando principalmente cadeia cinética fechada e exercício excêntrico. Veja aqui o vídeo.

- Treinamento proprioceptivo específico, pliometria e retorno programado e assistido ao esporte.

 

Quando deve ser operado?

Muito raramente, em geral, após falha prolongada do tratamento conservador, pode indicar o tratamento cirúrgico. Os dois principais procedimentos cirúrgicos incluem a retirada de parte da ossificação por cirurgia de Artroscopia (minimamente invasiva) e tratamento cirúrgico da lesão tendínea.

 

Quais são as principais complicações?

A complicação mais comum é a dor persistente durante o esporte. A mais temida é a ruptura espontânea do tendão que, em geral, ocorre após uma contração abrupta do músculo quadríceps, levando a ascensão súbita da patela e incapacitação imediata à deambulação. Esta condição leva à necessidade imediata de reparo cirúrgico.

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